Em discurso na Assembleia de Angola, ela voltou a criticar ações anticrise.
Representação em órgãos multilaterais está 'ultrapassada', afirmou ela.
A presidente Dilma Rousseff voltou criticar nesta quinta-feira (20) a atuação dos países desenvolvidos para enfrentar a crise financeira internacional. Em discurso na Assembleia Nacional de Angola, em Luanda, Dilma afirmou que "parte do mundo desenvolvido continua a trilhar o caminho da insensatez".
"Nesse momento em que o mundo se debate numa das maiores crises econômicas da história, vosso país [Angola] segue crescendo. O crescimento é fruto da tenacidade de seu povo e da responsabilidade de seu governo que vem adotando políticas equilibradas enquanto parte do mundo desenvolvido continua a trilhar o caminho da insensatez", discursou a presidente.
Dilma disse que Angola, "assim como o Brasil", vêm crescendo porque tem privilegiado ações sociais de combate à pobreza e criação de empregos. "Nossos países fugiram do receituário conservador que tão bem conhecemos na América Latina. (...) O momento exige políticas macroeconômicas sadias para proteger nossas nações do contágio da recessão e do desemprego."
A presidente novamente cobrou a reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), no qual o Brasil tem assento provisório e pleiteia lugar permanente.
"Países emergentes como os nossos são chamados a ocupar o espaço que lhes cabe. A concentração do poder nos órgãos multilaterais que hoje representam sobretudo os países desenvolvidos está ultrapassada e representa uma ordem internacional que não mais existe", disse ela.
Para Dilma, a representação "não reflete a realidade e a força emergente dos países em desenvolvimento".
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Parceria com Angola
Dilma também classificou a parceria com Angola como "um exemplo de cooperação entre emergentes". Ela pediu aos empresários brasileiros que atuam em Angola que "aceitem a orientação, os planos e planejamento que o governo de Angola estabelece". Além disso, pediu preferência para geração de emprego em Angola.
Dilma também classificou a parceria com Angola como "um exemplo de cooperação entre emergentes". Ela pediu aos empresários brasileiros que atuam em Angola que "aceitem a orientação, os planos e planejamento que o governo de Angola estabelece". Além disso, pediu preferência para geração de emprego em Angola.
"Angola é parte constitutiva da nacionalidade brasileira, de nosso sangue, de nossa trajetória, de nossa diversidade étnica e cultural", afirmou ela, lembrando que o Brasil tem a maior população negra no mundo depois da Nigéria.
Mais tarde, durante almoço em sua homenagem, a presidente reafirmou que considera uma "parceria estratégica" a que mantém com o país anfitrião e disse que Angola é um exemplo de como alcançar a paz. "Aos povos em guerra, este país é exemplo de como é possível construir a paz, de como é possível a reconstrução nacional no pleno gozo das liberdades democráticas."
Angola é o último dos três países africanos visitados por Dilma, que já passou pela África do Sul e Moçambique.